quarta-feira, 30 de março de 2011

Entrevista com Horizon Falls

A Horizon Falls é uma ótima banda carioca de metalcore, que vem ganhando grandes proporções neste cenário. Com muito carisma e humor, o guitarra e vocal da banda, Ali, nos contou um pouco sobre algumas historias da banda. Confiram agora a entrevista:



UM: Fala, Ali. É um prazer ter um pedacinho da Horizon Falls conosco aqui na UnderMidia. Gostaria que você começasse contando um pouco sobre a banda. Formação, origem do nome e como começou este projeto.

Ali [HF]: Bom, em primeiro lugar, um olá à todos que estão lendo esse quadro na UnderMidia, é um grande prazer de estar aqui compartilhando um pouquinho da nossa história. A Horizon Falls começou em meados de 2008, como uma brincadeira de três amigos (entre eles, nossos atuais Guitarrista e baterista, Marcelo e Aldo). Particularmente, eu vim entrar na banda depois de um tempo, com a saída do antigo guitarrista. À princípio, a banda tocava covers de bandas como Bullet for my Valentine, Killswitch Engage e começava a trabalhar os sons novos. Lançamos uma Demo, ainda no Line-up antigo da banda, chamada The Exorcist. Ela passou por inúmeras versões até chegar a definitiva, que vocês podem conferir no nosso primeiro EP, intitulado When the Horizon Falls. Em 2009, admitimos como vocalista Gabriel Alves. Eu o recomendei para a banda, fizemos um teste e sinceramente ficamos impressionados com sua técnica com o microfone e como ele combinou com a banda. Pouco à pouco, fomos trabalhando em nossas músicas e aprimorando nosso som, obtendo uma levada mais para o Technical Metalcore, influenciado por bandas como August Burns Red, Born of Osiris, Etc. No segundo semestre do ano passado, lançamos nosso EP, com cinco músicas, algumas até inéditas ao público. Fizemos uma curta turnê no RJ para divulgação e o retorno do público nos foi simplismente inacreditável. Atualmente, a banda é formada por cinco integrantes, sendo eles Gabriel (vocais), Marcelo (guitarras e vocais), Halloween (vulgo Moranga, haha (Baixo)), Aldo Freitas (bateria) e eu, nas guitarras e vocais.

UM: Technical metalcore. É um bom termo, mas tem uma galera que não conhece bem. O que caracteriza esse "estilo"?

Ali [HF]: Bom... o Technical Metalcore não é lá um estilo muito conhecido ainda no Brasil. Ele se diferencia do Metalcore comum, como já sugere o nome, pela exaltação de técnica musical. Fica fácil caracterizar uma banda de Technical Metalcore quando se encontam tempos quebrados em Breakdowns e riffs (acredite, tem músicas da Horizon Falls que até hoje eu não entendo o que se passa, hahaha), e as bandas desse estilo sempre procuram trabalhar bem seus riffs, com técnicas às vezes pouco usadas no Metalcore, isso sem mencionar os solos rápidos e escalas diferenciadas.

UM: Sim, eu conheço bem isso. Bandas como after the burial lá da gringa e até a Folhas de Outono, aqui do Rio, representam bem esse estilo. Falando sobre essa diferença. Qual foi a influência para a banda ter suas letras em inglês?


Ali [HF]Bom, essa é uma história um pouco complicada de se contar. Muitas vezes até chegaram aos nossos ouvidos que cantamos em inglês porque a Horizon Falls não acredita no cenário brasileiro... Não é nada disso! O fato é simples: Nossas principais influências são gringas, e, diga-se de passagem, nós temos uma certa facilidade em compor em inglês. Particularmente, eu sinto mais liberdade com o idioma. Além disso, à julgar pelo progresso que tivemos desde 2008 até aqui, nossas metas são de expandir nosso som, não só pelo território brasileiro, mas estamos lutando para levar a Horizon Falls para fora do país e do continente.

UM: Mas você não acredita que isso também pode ser alcançado falando o idioma natal? Quero dizer, existem bandas expoentes que tocam por toda europa todos os anos e cantam sempre em português, assim como nossos irmãos do Confronto.

Ali [HF]: Sim sim, claro! Acredito e venero a vontade e a força de caras como do Confronto. Mas, infelizmente, nós dividimos (ou misturamos, se preferir) o atual Cenário Hardcore com o que pode ser chamado do Mercado Hardcore, e esse último é bem seletivo e impetuoso. Por isso vemos tão poucas bandas fazendo sucesso com o idioma natal. Conheço bandas como "Die Atlantic!" ou "Chunk. No, captain Chunk!" que falam idiomas diferentes mas levam o som em inglês e, com certeza isso, de certa forma, influenciou na busca por um espaço maior. Não estou dizendo que honrar seu idioma e seu país possam revogar seu espaço no cenário musical. A Horizon Falls tem o Brasil no sangue, e estão em nossos futuros trabalhos músicas em português com um toque bem patriota!

UM: Claro, eu compreendo. Mas bom, mudando um pouco de assunto. Já que comentou sobre os futuros trabalhos, nos fale um pouco sobre o que vem aí com a banda e também nos fale um pouco sobre o EP "When the horizon falls". Já foi lançado há algum tempo, mas podem haver algumas pessoas que ainda não conhecem o trabalho. Inclusive há pouco vocês anunciaram um grande show em São Paulo, poderia nos dar alguns detalhes sobre o mesmo, que se eu não me engano é com uma banda grande do cenário. E o que os paulistas podem esperar da apresentação?

Ali [HF]: Bom, essa parte da conversa me anima bastante! Atualmente a banda se afastou um pouco dos palcos e está em processo de composição do que está por vir, provavelmente o nosso segundo EP. É bem suspeito eu opinar sobre, mas sempre que ouço os novos projetos me orgulho de dividir banda com esses caras, haha. Ainda não temos data certa para lançar o EP, mas estamos correndo com as composições, estamos bem entusiasmados para mostrar a nova cara da Horizon Falls. Sobre o nosso primeiro EP, ele funciona bem como uma linha do tempo, mostrando todos os primeiros momentos por qual a banda passou. As músicas foram escritas aproximadamente nessa ordem: The Exorcist, Your Deal, Isn't the Time to say Goodbye, When the Horizon Falls e Broken Times. E essa ordem mostra bastante como a banda amadureceu durante esse processo. A música The Exorcist conta uma história de exorcismo (ah vá! rsrs), com uma certa inspiração no filme do título da música. Your Deal é nossa música mais leve e melódica e, ao mesmo tempo, mais engajada. Ela passa uma mensagem sobre proteção do nosso bem mais querido na terra: A natureza. Isn't the Time to Say Goodbye é uma canção de amor, apesar de não parecer, haha. Um caso de amor distante. Um dos temas que mais gostei de abordar com as letras da banda é o citado em When The Horizon, que aponta um fim apocalíptico do mundo, visando a destruição que o próprio homem está causando. Essa música foi moldada e composto pelos 5 integrantes da banda, por isso foi auto-entitulada ao EP. E, por fim, Broken Times, que tem umas das nossas letras mais nobres. Fala sobre aproveitar cada momento da sua vida e esquecer seu passado renegado, além de aprender com seus erros e procurar sempre melhorar.

Bom, infelizmente nossa primeira grande apresentação no SP teve que ser cancelada por problemas pessoais. No entanto, nossos amigos paulistas podem nos esperar esse ano, vão nos ver muitas vezes aí o fim de 2011. Mais precisamente, devemos tocar em território paulista A partir de Outubro. E é claro que não vamos para São Paulo sem cartas na manga, aguardem ansiosamente! =)

UM: Aproveitando essa brecha sobre composição, como é o processo de composição das letras e das melodias?

Ali [HF]: Bom, nossas composições são meio que uma caixa de surpresas, hahaha. Em tese, as melodias são iniciadas e trabalhadas por três membros da banda, Eu, Marcelo e Aldo, estando elas sempre abertas para a banda complementar e opinar. As letras também são divididas entre Halloween, Aldo e Marcelo, além de contribuições que temos de pessoas como Swami Machado (vulgo Súh) e Carlos Victor (vulgo Cavi, ex-guitarrista da banda). Ao final de tudo, procuramos sempre nos sentar e rever as músicas, sempre melhorando o som. No primeiro EP, também tivemos a ajuda to ótimo trabalho dos produtores Romullo e Murilo Pirozzi, donos do Pyro-Z Home Studio.

UM: Onde foi gravado esse EP e onde será gravado o próximo? Te pergunto isso por saber que você também produz algumas gravações. É até uma forma de divulgar esse teu trampo.

Ali [HF]: Bom, como eu disse, o primeiro EP foi completamente gravado no Pyro-Z Home Studio. Apesar da boa qualidade, acreditamos que nada se compara à uma gravação de Estúdio grande, então ainda estamos pesquisando as oportunidades e locais para gravar. Acreditamos que a gravação vai ser dividida em vários locais, um para bateria, um para vocais e, quem sabe, nós cuidemos pessoalmente de gravar as cordas no meu Home-Studio, minha especialidade.

UM: Entendido, Ali. Nós vamos ficando por aqui, nessa conversa. Mas gostaria que deixasse um recado pros leitores e para os que acompanham a HF.

Ali [HF]: Bom, em primeiro lugar eu gostaria de agradecer ao UnderMidia pela grande oportunidade, o papo foi ótimo! Agradeço também aos nossos fãs, leitores e todos que acompanham a banda. Fica avisado para que todos fiquem de olho, grande novidades estão por vir. E, sobretudo, venho fazer um apelo à todos pedindo o apoio à cena: Compareçam em shows, ouçam bandas novas, faça(mos) a cena acontecer, é o único jeito de conquistarmos nosso espaço, lutando por nós mesmos. É isso aí, muito obrigado novamente pela chance. Abraços à todos!

UM: Valeu, Ali. Muito obrigado pela atenção e todo esse carinho. Que Deus abençoe a Horizon Falls

Quem curtiu a entrevista pode acompanhar a banda nos links abaixo:


Por @defenestrando

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